HABILIDADES PARA O NOVO MUNDO

O mundo que nos cerca muda constantemente, assim como nós, que também mudamos. O convívio entre o velho e o novo é frequente e nos desafia a evoluir junto com as mudanças.

No aspecto global, já passamos por várias transformações e revoluções, e nossos hábitos, comportamentos e posicionamentos são convocados a serem revistos para nos prepararem para os novos desafios e olhares.

Num mundo globalizado, com um fluxo enorme e acelerado de informações, se não revisarmos nossas respostas acabaremos criando uma desconexão, com consequente perda de espaço, com o mundo do trabalho. Para nos mantermos como profissionais relevantes e interessantes para o mercado, mais do que nunca, tornou-se importante desenvolvermos uma postura de constante reflexão e aprendizado, uma postura de evolução, também chamada de Lifelong Learning.

Porém, não são apenas as pessoas que precisam rever suas posturas e respostas a todas as transformações que as cercam. As organizações também precisam fazê-lo. Se não se adaptarem às mudanças, elas também se desconectarão do que o mercado está comunicando e pedindo, colocando sua sobrevivência e longevidade em risco.

Essas adaptações estão exigindo respostas voltadas para as pessoas, e, com isso, o reconhecimento e a aplicação das Soft Skills estão com crescente visibilidade no mercado de trabalho. A modernização e o desenvolvimento das organizações estão diretamente correlacionados com a necessidade de profissionais que integrem conhecimento técnico e capacidade de empatia, cooperação e resiliência emocional na resolução de problemas.

O novo mercado exige um repertório mais amplo, com mais habilidades especiais (soft skills) além daquelas técnicas (hard skills), capazes de nos tornarem seres humanos melhores, mais sensíveis, colaborativos e felizes.

Não por acaso, em 2015, duas das principais organizações americanas dedicadas ao desenvolvimento do ensino publicaram materiais oficiais ressaltando a importância do trabalho com os 4 C’s (do inglês: Pensamento Crítico, Comunicação, Colaboração e Criatividade) dentro das salas de aula, como forma de preparar a juventude para os desafios da sociedade global do século XXI.

A Associação Nacional de Educação (NEA) publicou o Guia Preparing 21st Century Students for a Global Society: An Educator’s Guide to the “Four Cs”, e o Centro de Redesenho de Currículo (CCR) publicou o estudo Skills for the 21st Century: What Should Students Learn?.

Mas afinal, o que são Soft Skills?

Soft skills são as competências associadas à personalidade e ao comportamento do sujeito. Envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais. Podemos dizer que são habilidades subjetivas, pois nascem e se desenvolvem de acordo com as experiências, cultura, criação, educação e visão de mundo de cada pessoa, entre outros fatores.

Relacionar-se é premissa das Soft Skills. E estas, uma vez reconhecidas e trabalhadas, também afetam os relacionamentos no ambiente de trabalho, que, por consequência, influenciam na produtividade das equipes. As Soft Skills são preciosas habilidades relacionadas, por exemplo, à inteligência emocional, à capacidade de compreensão e ao trabalho em equipe.

Em 2018 o site G1 publicou que um levantamento da Page Personnel apontou que 90% dos colaboradores são desligados das empresas por conduta inesperada ou inapropriada, ou seja, por baixa utilização ou inexistência das Soft Skills, ainda que tenham sido contratados por causa de apreciáveis Hard Skills (as habilidades técnicas de cada profissão).

De forma corroborativa, já em 2015, Claudio Fernández-Aráoz, consultor sênior da Egon Zehnder, dizia: “é um fato bem conhecido que as habilidades sociais são a chave para o sucesso na maioria dos cargos profissionais, gerenciais e de liderança. Enquanto o QI fará com que você seja contratado, a Inteligência Emocional (EI) fará com que você seja promovido, e a falta de EI fará com que você seja demitido”.

Reconhecer e desenvolver as nossas Soft Skills é um convite à evolução, à transformação de nós mesmos e de nossas habilidades para que continuemos nos preparando para os processos de mudanças inerentes ao progresso da humanidade. O resultado disso é criar em nós a capacidade de encontrarmos nossa melhor versão em todas as áreas de nossa vida.

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